Que a violência nas escolas cresce a cada dia, todo mundo sabe. São vários tipos de agressão: física e psicológica. Entre estas, destaca-se o chamado bullying. Ele diz respeito a uma ofensa constante contra a capacidade física e integridade moral de um menor de idade. A violência é praticada geralmente por colegas de escola.
Em Mossoró, segundo a terapeuta ocupacional Glayanne Queiroz, esse tipo de questão já é tratada como em qualquer outra cidade grande do país. "Mossoró deixou de ser tratada como uma cidade interiorana, passou a ser tratada como a segunda cidade do Estado - e isso inclui, também, os problemas típicos de cidade grande. O bullying é um deles", diz.
Ela explica que pessoas de regiões metropolitanas que vêm morar aqui trazem hábitos que antes não se via na cidade. "Esta cidade se tornou um polo de atração de mercado de trabalho. Pessoas da Paraíba, do Ceará e até do Sul vêm trabalhar aqui. Além disso, serve de dormitório para quem vai a Natal ou a Fortaleza. Então, a presença dessas pessoas traz hábitos de regiões mais desenvolvidas para a cidade. É isso que está ocorrendo aqui".
Por se tratar de um desenvolvimento recente, no entanto, a terapeuta acredita que as escolas e a sociedade mossoroense no geral ainda não está preparada para em enfrentar e identificar casos de agressão psicológica mais grave. "Se aqui ainda não possui sequer programas de inclusão para deficientes, que é uma questão pública amplamente discutida, imagine o bullying".
A titular da Secretaria Municipal de Educação, Ieda Chaves, confirma: "Realmente, se esse tipo de violência ocorre por aqui, as escolas não repassam para os órgãos municipais". A secretária, no entanto, diz que o poder público está consciente da gravidade que o bullying pode ter na cidade.
Por isso, Ieda afirma que a secretaria elaborou nos últimos meses um projeto que será encaminhado para a Prefeitura na terça-feira, tratando especificamente desse tipo de violência psicológica. "Vamos elaborar um plano educacional nas escolas e, para isso, precisaremos de um balanço, que será elaborado nos próximos meses". Ela garante que até 2011 haverá os primeiros dados estatísticos de bullying do município.
De uma forma ou de outra, a terapeuta Glayanne alerta: "O grande problema são daquelas pessoas que têm medo de dizer que sofreram a violência. É preciso que essas pessoas saibam que já existe uma estrutura de apoio para ampará-los e penalizar os culpados".
Bullying
A palavra bullying deriva do verbo inglês “to bully” e significa usar a superioridade física ou moral para intimidar alguém. Essa palavra tem sido adotada em vários países para definir todo tipo de comportamento agressivo, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais frágeis, transformados em objetos de diversão e prazer por meio de "brincadeiras" maldosas e intimidadoras. E quando a violência é feita virtualmente, contando com ajuda da internet ou celulares para disseminá-la, ganha o nome de cyberbullying.
Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que quase 1/3 dos estudantes brasileiros afirma ter sofrido bullying alguma vez na vida escolar, sendo que o problema tem ocorrido, em maior proporção nos colégios privados (35,9%) do que nos públicos (29,5%). Esse estudo faz parte da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2009 e foi realizada com alunos do 9º ano do ensino fundamental das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal.
O tema é tão importante que está tramitando no Senado um projeto que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e propõe que os estabelecimentos de ensino sejam também responsáveis por promover um ambiente escolar seguro e adotar estratégias de prevenção e combate a intimidações e agressões. Além disso, também sugere que o Ministério da Educação (MEC) coordene trabalhos para combater o bullying.
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